Artigo Publicado na Edição 200, Outubro 2016 – brasilbest.com
Em maio de 2008 a Petrobrás era a 2ª maior empresa das Américas em valor de mercado (USD 309,48 Bi), despencando para a 249ª posição, chegando a valer US$ 17,834 bilhões. Suas ações desceram para R$5,00 por ação, quando em 2008 elas valiam R$ 43,66 por ação.
Além da queda Mundial dos preços do petróleo, a Petrobrás vem sofrendo sérios problemas de gestão nos últimos 13 anos durante governo afastado. Uma perda estimada pela Petrobrás de R$ 6,2 bilhões com corrupção, enquanto a Polícia Federal trabalha com um número próximo a R$ 42 bilhões nas investigações da Operação Lava Jato.
Todo esse cenário de perda de credibilidade pelo mercado nacional e internacional, fez com a Petrobrás perdesse seu grau de investimentos passando em fevereiro de 2016 para B3, o nível mais baixo de investimento do grau especulativo, tornando a captação de dinheiro no mercado ainda mais cara. Os juros cobrados para a Petrobrás passaram de 4% para 8%.
No último dia 21 de setembro a Petrobrás reuniu na sede a FIRJAN no Rio de Janeiro, vários empresários do setor para mostras seu Plano Estratégico e de Negócios para o período de 2017 a 2021.
Certamente este é um plano voltado para nos 2 primeiros anos sanear a empresa, diminuindo seu endividamento. Hoje a Petrobrás é uma empresa muito alavancada, possuindo empréstimos que corresponde a 5,13 vezes o seu valor, estando nos planos reduzir a aceitáveis 2,5 vezes o seu valor em 2 anos, adotando ações como venda de ativos, diminuição de custos e disciplina financeira.
Também foi anunciado um Programa de Parcerias, que se traduzem em desinvestimento por parte da Petrobrás e investimento por parte de parceiros interessados em investir em seus projetos RENEST, COMPERJ e Escoamento do Pré-Sal.
A empresa também conta com a alteração do Marco Regulatório, como forma de desobrigar a Petrobrás de participar de todos os leilões de Pré-Sal aliviando a necessidade de caixa para investir nestas operações, e com a flexibilização das Regras de Conteúdo Local que de acordo com a visão da Petrobrás deveria ter um caráter mais incentivador do que punitivo.
A Petrobrás quer chegar a ser uma empresa de ENERGIA com foco em Óleo e Gás, mas sem perder a atenção a Economia de Baixo Carbono.
Na estruturação de seu novo Plano a Petrobrás contou com o envolvimento de todas as lideranças da empresa, e a partir de agora passará a adotar um sistema de meritocracia. Haverá a redução de 18.000 empregados até meados de 2017, e 114.000 prestadores de serviços serão desligados.
A Petrobrás pretende em sua área de Exploração e Produção, fazer gestão de seu portfólio atual até 2018 mantendo os volumes já descobertos, e a partir de 2020 buscar descobrir novas fronteiras.
De 2017 a 2020 a Petrobrás manterá o seu custo de produção em USD 10,00/ barril, e a produção crescerá de 2,62 para 3,41 milhões de barris de óleo/dia.
Na área de refino e provando que se concentrará nos negócios de Óleo é Gás a Petrobrás sairá dos negócios de Biocombustíveis, Fertilizantes e Petroquímicos.
Evoluirá em negócios de Gás e no desenvolvimento de tecnologias e competências para Baixo Carbono, tornando os negócios mais sustentáveis, além de buscar combustíveis renováveis, e o controle de emissões de combustíveis com maior eficiência energética.
Além de falar sobre os seus projetos e de processos de contratação mais transparentes, a Petrobrás dará prioridade as operações que deem retorno aos acionistas, o que deve se traduzir na disciplina na execução de seus projetos, os quais eles esperam ser acompanhados por toda a sociedade.
Com esse Novo Plano de Negócios a Petrobrás espera ser referencia em Ética, Segurança e Governança.
Teresa Cristina Braz